GenAI em 2025: o hype morreu ou finalmente começou a entregar valor?
- Daniel Lança Perdigão
- há 3 dias
- 2 min de leitura
Nos últimos seis meses, a GenAI deixou de ser apenas manchete insuflada para mostrar sinais claros de maturidade. Modelos mais poderosos, adoção acelerada e exemplos reais de retorno financeiro começaram a desfazer a dúvida persistente: afinal, isto é uma revolução ou mais uma moda passageira da tecnologia?

A resposta não é tão confortável como alguns gostariam.
Modelos como GPT-4o e GPT-4.5 abriram o caminho, mas foi a chegada do GPT-5, em agosto de 2025, que colocou a fasquia noutro nível. Mais preciso, mais multimodal, mais integrado. De repente, falar com máquinas deixou de parecer um truque e passou a ser infraestrutura. E não estamos a falar só de promessas, o GitHub Copilot já gera receitas sérias e ferramentas open source como o Llama conquistaram centenas de milhões de downloads. O hype está a ceder lugar à adoção real.
E a adoção é massiva: Cerca de +70% das empresas já usam GenAI em pelo menos uma função, quase o dobro do que víamos há dois anos. Automatição do atendimento, geração de conteúdos, análise preditiva, tudo isto deixou de ser “prova de conceito” e passou a ter impacto nas contas. A Klarna, por exemplo, poupou milhões ao automatizar interações com clientes. O ROI já não é uma teoria, é a realidade, pelo menos para quem soube usar.
Mas convém não romancear. Apesar do entusiasmo crescente, o setor ainda vive uma tensão permanente entre promessas e entrega. Executivos que há pouco se deixavam encantar por pitchs visionários, agora querem resultados tangíveis, de preferência ontem. Mais de 70% das empresas que já usam GenAI relatam retorno, mas a pressão para escalar e justificar cada investimento é cada vez maior. Em 2025, já não basta falar de “potencial transformador”. É preciso mostrar números.
O mais interessante é que o debate deixou de ser “se” a GenAI tem futuro, e passou a ser “como” vamos lidar com esse futuro. Falamos hoje de IA responsável, de integração com IoT, de design generativo, de agentes autónomos capazes de executar tarefas complexas sem supervisão constante. O jogo deixou de ser especulativo e passou a ser estratégico.
Se ainda há quem veja a GenAI como um flop, talvez o problema não esteja na tecnologia, mas na forma como se esperam milagres em vez de construir soluções pragmáticas. O hype morreu? Sim. Mas, ironicamente, foi essa morte que abriu espaço para o valor real.
A GenAI não é um milagre, mas também já não é um brinquedo. Está no meio da sua curva de maturidade. O futuro não é das empresas que esperam pela “próxima versão mágica”, mas das que já perceberam que a GenAI só entrega valor quando se usa com estratégia, ética e foco.
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