ESCREVI SOBRE ROBÔS EM 2006
O artigo que escrevi em 2006 captura um momento interessante da evolução da robótica, quando os primeiros passos para criar assistentes robóticos já eram dados, mas ainda eram bastante limitados em termos de funcionalidade e acessibilidade. Desde então, a robótica e a inteligência artificial avançaram significativamente. Hoje, temos assistentes pessoais virtuais como Alexa e Google Assistant, e robôs mais sofisticados, como o Spot da Boston Dynamics, que executam tarefas complexas. Além disso, os sistemas de automação doméstica já se integram nas nossas casas, tornando real o sonho de comandos como "traz-me um copo de água".
Nos próximos cinco anos, espero uma integração ainda mais profunda desses robôs no dia a dia, com capacidades de aprendizagem mais avançadas, interações mais naturais e uma maior adaptabilidade ao ambiente e às nossas necessidades. A acessibilidade e o custo também deverão melhorar, tornando-os disponíveis para uma maior parte da população. O cenário que imaginei, de um robô que prontamente responde às nossas ordens, está cada vez mais perto de se concretizar, não apenas como uma curiosidade tecnológica, mas como uma realidade comum.
TÍTULO ORIGINAL: “Traz-me um copo de água”
Daniel Lança Perdigão – 2006.03.05
“- Olha lá! Levanta-te e vai buscá-lo…” - A quem é que esta frase soa familiar? É melhor não o negares!
Pois a verdade é que certamente gostarias de ter um marido ou uma mulher absolutamente disponível para te fazer todas as vontades. Mas não é de certeza fácil, pois se tu não estás disponível para o fazer porque estaria a tua cara-metade?
Mas, mais cedo do que pensamos, esta realidade pode mudar! Não, não me refiro a nenhuma fórmula mágica para tornar o parceiro mais dócil e obediente – isso fica para o Feiticeiro do Oz. Falo apenas de robôs.
Não estamos ainda no estágio evolucionário imaginado para a Guerra das Estrelas, mas já começam a surgir alguns exemplares muito capazes de nos ir buscar o copo de água ou o jornal.
Temos o AIBO da Sony, um simpático cão que faz um monte de habilidades ou, também da Sony o QRIO (Quest for Curiosity), este com formato humanoide e já com capacidade para desenvolver um curioso conjunto de actividades… por mais de €2.000.
Há também um interessante protótipo da Toshiba, o ApriAttenda, que mais parece uma empregada doméstica dos anos 50, o qual consegue identificar e seguir uma pessoa, ficando em estado de alerta quando a perde de “vista”.
Do Japão surge-nos ainda o Nuvo, produzido pela ZMP, também este um humanoide com menos de dois palmos de altura, mas que dança, conversa, toca música, diz as horas, dá um interessante aperto de mão e responde a um vasto conjunto de ordens… em japonês. E caro que ele é, quase €6.000!
O Asimo, da Honda, é um humanoide muito sofisticado, com cerca de 1,20m e mais de 50kg, que anda e corre, recebe e acompanha pessoas, faz entregas e muitas outras tarefas, mas é inatingível para a maioria de nós.
Gosto muito do Robosapien V2, da Ingeniu. É muito barato (comparado com outros), por custar menos de €300. Tem cerca de 60cm e faz coisas engraçadas, como levantar-se se cair, apertar a mão, atira e apanhar pequenos objectos, entre outras. Acho que temos que o desligar de noite, se não fica irrequieto toda a noite.
Será que este é um tema que nos mereça já uma grande atenção? Vale a pena adquirir um robô presentemente? Parece-me que ainda não, pelo menos se esperamos dele algo mais do que entretenimento.
Mas é um assunto que acompanharei com atenção, pois já sonho com o dia em que possa dizer “Traz-me um copo de água” e de lá apenas oiça “Yes master”, sendo a minha vontade prontamente satisfeita."
Estamos a viver numa época em que a ficção científica torna-se realidade, e cabe-nos explorar as oportunidades que a robótica e a inteligência artificial nos oferecem. O potencial de transformar a nossa vida quotidiana é imenso, desde tarefas domésticas simplificadas até avanços na saúde, na educação e em várias outras áreas. A tecnologia já não é apenas uma ferramenta; evolui para ser um parceiro na nossa jornada diária. A chave está em como decidimos integrar e utilizar estas inovações para maximizar o seu impacto positivo nas nossas vidas.
Por isso, convido-vos a olharem para o futuro com curiosidade e determinação. Acompanhem de perto as novidades, experimentem, adotem e, se possível, contribuam para o desenvolvimento destas tecnologias. Quanto mais cedo nos envolvemos, mais preparados estaremos para aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios que inevitavelmente surgirão. O futuro é agora, e temos a responsabilidade e a oportunidade de moldá-lo com as decisões que tomamos hoje. Não esperem que a tecnologia vos surpreenda – sejam os agentes da mudança!
Daniel Perdigão
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